Teste de Benford, Lei de Benford ou Lei do Primeiro Dígito
O Teste de Benford, também conhecido como Lei de Benford ou Lei do Primeiro Dígito, é uma ferramenta estatística utilizada para detetar anomalias, irregularidades ou potenciais fraudes em grandes conjuntos de dados numéricos.
A sua premissa é a seguinte: em muitos conjuntos de dados que ocorrem naturalmente (como dados financeiros, populações, áreas de países, preços de ações, etc.), a distribuição de frequência do primeiro dígito não é uniforme. Em vez disso, o dígito 1 tende a ser o mais comum, seguido pelo 2, e assim sucessivamente, com o dígito 9 a ser o menos comum.
Como Funciona o Teste de Benford
O teste compara a distribuição real dos primeiros dígitos num conjunto de dados com a distribuição teórica prevista pela Lei de Benford.
A Lei de Benford estabelece a seguinte probabilidade para a ocorrência do primeiro dígito:
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1: cerca de 30,1% das vezes
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2: cerca de 17,6% das vezes
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3: cerca de 12,5% das vezes
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9: cerca de 4,6% das vezes
Se um conjunto de dados, como uma lista de despesas ou faturas, tiver sido manipulado (por exemplo, com a introdução de valores falsos para esconder um desvio), a distribuição dos seus primeiros dígitos irá provavelmente desviar-se significativamente deste padrão. Isto acontece porque as pessoas que falsificam dados tendem a criar números de forma aleatória ou com uma distribuição mais uniforme, o que viola a Lei de Benford.
Aplicações Práticas
O Teste de Benford é amplamente utilizado em diversas áreas:
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Auditoria Financeira: Para detetar possíveis fraudes em relatórios de despesas, contas a pagar e a receber.
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Auditoria Fiscal: Para verificar a veracidade dos dados fiscais apresentados.
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Cibernética e Segurança de Dados: Na análise de tráfego de rede ou outros dados digitais para identificar padrões incomuns que possam indicar atividades maliciosas.
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Análise Eleitoral: Para verificar a consistência dos resultados de uma votação, comparando a distribuição dos votos.
É importante notar que um desvio do padrão de Benford não é uma prova definitiva de fraude, mas sim um indicador de que uma análise mais aprofundada é necessária. É uma ferramenta de triagem que direciona os auditores e investigadores para as áreas onde a probabilidade de anomalias é mais alta.
