FMI: "Política orçamental em Portugal foi indisciplinada"

13-12-2012 13:53

Chefe de missão do FMI diz que a principal diferença entre os problemas de Portugal e dos restantes países da periferia europeia em dificuldades é a elevada alavancagem, tanto das empresas como das famílias.



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Quarta feira, 12 de dezembro de 2012

O chefe da missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Portugal, Abebe Selassie, afirmou hoje que a política orçamental foi completamente indisciplinada nos últimos anos e que houve um falhanço no controlo e monitorização do sector privado.

"A política orçamental foi completamente indisciplinada", afirmou hoje o responsável, que falava durante uma apresentação na ordem dos economistas sobre causas e soluções para a crise económica e financeira de Portugal.

Na exposição onde apontava as causas da atual crise em Portugal, Abebe Selassie afirmou que a principal característica que distingue os problemas de Portugal dos restantes países da periferia europeia em dificuldades é a elevada alavancagem, tanto das empresas como das famílias.

"Um fator distintivo de Portugal era a elevada alavancagem do sector privado, algo que foi alimentado por mercados internacionais e bancos domésticos complacentes", afirmou.

O chefe da missão do FMI para o programa português sublinhou que por volta de 2000 as empresas já tinham uma elevada dívida e que isso acabou por atuar como um peso sobre o crescimento económico e a produtividade, e que isso demonstra um falhanço do controlo macroprudencial.



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Sacrifícios dos portugueses "não foram em vão"  


A dívida das famílias demonstra também um elevado crescimento no seguimento da adesão de Portugal à União Europeia e em especial ao euro, algo que também não terá tido a devida atenção das autoridades portuguesas.

Abebe Aemro Selassie reconheceu ainda que os portugueses já fizeram "grandes sacrifícios", mas assegurou que "não foram em vão".

"[Os portugueses] fizeram sacrifícios consideráveis até agora, evidentemente, mas conseguimos grandes progressos", disse Selassie numa palestra na Ordem dos Economistas. "Reconhecemos que há um grande aumento do desemprego, que duplicou. Há uma grande pressão sobre as famílias. Mas o esforço não foi em vão."

O economista etíope mencionou progressos na redução dos "desequilíbrios macroeconómicos que caracterizavam" a economia portuguesa: redução das taxas de juro pagas pela dívida portuguesa, equilíbrio orçamental, redução do défice externo.



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